14 novembro 2007

Preparação de materiais de conceituação da concepção da iluminação


Observando-se o intrincado processo de criação de iluminação de um espetáculo, com todas as preocupações subjacentes acarretadas pelo desenvolvimento de uma arte que se estabelece poética e formalmente em paralelo e em conjunto com outras, torna-se evidente o trabalho de conceituação das descobertas, insights e resultados de pesquisas, pois a comunicação entre artistas que constroem, conjuntamente, a realidade visual de um espetáculo é que faz com que os desdobramentos criativos de uns respeitem as exigências dos outros. Uma das formas encontradas por profissionais para desenvolverem projetos artísticos que não interfiram negativamente nos projetos paralelos de criação de seus pares são as trocas de informação de textos e esboços contendo idéias e ideais do que se pretende através das escolhas em jogo. Esses textos, esboços em desenhos, sons, imagens, símbolos e outras formas de mídia, carregam, subjetivamente, as “imagens” poéticas que possibilitarão um maior “entendimento” das questões sensíveis envolvidas na visualidade e no direcionamento das cenas, coreografias etc. Ao decifrarem essas “intenções” criativas uns dos outros, os designers envolvidos no processo de formulação da visualidade, sonorização, direcionamento etc., que, porventura, possam estar ligadas aos processos de formação da contextualização das partes e do todo da obra, identificam suas nuances e estabelecem limites apropriados nos espaços de interferência. Além do mais, os materiais de conceituação fornecem, amiúde, elementos técnicos subjacentes às criações, o que facilita, ainda, as considerações de tomadas de decisões técnicas interiores de cada manifestação expressiva, ou seja, fornecem indícios, muitas vezes precisos, de estruturas, equipamentos, espaços e alterações de comportamentos criados a partir de elementos da técnica. Mesmo os textos em prosa, frases, palavras soltas, símbolos gráficos etc. podem induzir insights criativos que, até então, jaziam em camadas mais profundas das mentes dos designers, despertando conceitos relacionados ao todo da obra.
No que tange à preparação de materiais de conceituação relativos à iluminação de espetáculos, os designers têm em suas mãos um leque bastante variado. Além dos desenhos de esboços, colagens, desenhos estilizados, textos criativos, poesias, sinais, símbolos, sons, atualmente, pode-se materializar idéias utilizando-se de ferramentas digitais para criação de imagens bidimensionais, tridimensionais, simulações, animações, enfim, tudo o que as novas tecnologias permitem. Esses materiais, muitas vezes, podem vir acompanhados de referências secundárias, tais como sons, símbolos, sinais, textos, esquemas de direção, de forma, de valores etc., conferindo, aos designers, opções extremamente variadas e ricas na amostragem de suas idéias.

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