14 novembro 2007

Estudo do estilo da obra


Qualquer obra de arte é poderosamente definida pelo estilo de seu criador, que, de acordo com a definição de Ferreira[1], é “o conjunto de elementos capazes de imprimir diferentes graus de valor às criações artísticas, pelo emprego dos meios apropriados de expressão, tendo em vista determinados padrões estéticos...”. No caso da obra teatral, tem-se o estilo do autor do texto que é, por sua vez, delimitado pelo estilo impresso pela direção do espetáculo, que também influirá direta e indiretamente nas criações dos designers: cenógrafos, designers de iluminação, indumentaristas, compositores, coreógrafos etc. A equipe criativa dos espetáculos busca conformar seus próprios estilos numa visão poética e estilística determinada como base de expressão de uma ou várias idéias. Isso não acarreta, necessariamente, em perda de estilo próprio desses criadores, mas, ao mesmo tempo em que são delimitados, contribuem para a riqueza do produto final, que é a obra complexa de um espetáculo.
Isso somente é possível quando os designers, mais precisamente, nesse caso, os designers de iluminação, “compreendem” verdadeiramente as intenções estilísticas de seus pares e, sem perderem suas próprias essências, harmonizam suas concepções estilísticas com as do grupo. Não se pretende aqui ditar normas de comportamento e de ação criativas, isso seria também um estilo de trabalho, e sim desenvolver uma certa atitude de respeito à obra cênica como sendo, necessariamente, de maior relevância que as outras que lhes são suportes. Ninguém paga ingresso de espetáculos teatrais, coreográficos ou musicais etc., para assistir a um show de iluminação, embora isso também possa ser possível.
Para que o desenho de iluminação se transforme num elemento harmônico no espetáculo, os estudos de acompanhamento dos estilos envolvidos tornam-se verdadeiramente imprescindíveis. Os conceitos determinantes, objetivos e subjetivos da obra, que passam pelo estilo do diretor e dos designers, formam um conjunto que se, efetivamente estudados pelos designers de iluminação, os auxiliam em suas criações.


[1] FERREIRA, A . B. H. Novo Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira S/ A.

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