As transformações advindas das misturas das cores-luz sobre as cores-pigmento atingem os figurinos de maneira bastante acentuada, o que pode ser muito proveitoso na criação e manipulação de momentos expressivos, mas, por outro lado, pode ser responsável, também, pela destruição desses conceitos em cena. Um figurino qualquer, de matiz vermelho, sob uma luz esverdeada, tenderá ao cinza; já uma luz vermelha sob um elemento da indumentária também nesse matiz, o reforçará. Essas mudanças de cores e tonalidades sobre os cenários, figurinos e maquiagens são responsáveis pelos códigos expressivos das cenas. Quando se muda a iluminação e, portanto, a cor, a forma ou o brilho de determinado elemento cênico, muda-se também sua estrutura poética no interior da cena, sua história e seu desempenho em determinado momento expressivo.
Essas mudanças influenciam as leituras e sentimentos do público e contribuem para o encadeamento de emoções. Se esses códigos não forem conhecidos e bem aplicados pelos designers de luz, as propostas da direção poderão ser “distorcidas”, pois:
Se tivermos um cenário branco, totalmente branco, o uso da cor será, dependendo do cromatismo dos figurinos, aparentemente facilitado, pois não haverá o perigo de alterar negativamente um quadro de matizes que não pode ser perturbado. Todavia, um cenário totalmente branco, capaz de aceitar qualquer tonalidade que a luz lance sobre ele, exigirá, pela presença dos autores, que os climas, as atmosferas, as zonas de sombra, a intensidade dos focos, obedeçam a uma lógica dramática e não a uma pirotécnica de cores (RATTO, 2001, p. 95) [1] .
Além disso, devem ser conhecidas as mudanças de figurinos durante o decorrer das cenas. Um casaco azul, quando retirado de sobre uma camisa branca, oferecerá outra expressividade. A iluminação deve ser pensada em termos também gerais de movimentação e trocas dos elementos da cena. As trocas incessantes de iluminação durante as cenas, além de cansar o público, produzem mudanças nos comportamentos plásticos dos cenários. Deve-se pensar, acima de tudo, em uma luz que mantenha o equilíbrio das relações que estão em jogo, sem, contudo, transferir os espectadores para espaços e tempos diferentes. Deve-se pensar a iluminação como um todo expressivo na cena e, ao mesmo tempo, como um elemento fortalecedor e de suporte às alterações que surgem constantemente.
Essas mudanças influenciam as leituras e sentimentos do público e contribuem para o encadeamento de emoções. Se esses códigos não forem conhecidos e bem aplicados pelos designers de luz, as propostas da direção poderão ser “distorcidas”, pois:
Se tivermos um cenário branco, totalmente branco, o uso da cor será, dependendo do cromatismo dos figurinos, aparentemente facilitado, pois não haverá o perigo de alterar negativamente um quadro de matizes que não pode ser perturbado. Todavia, um cenário totalmente branco, capaz de aceitar qualquer tonalidade que a luz lance sobre ele, exigirá, pela presença dos autores, que os climas, as atmosferas, as zonas de sombra, a intensidade dos focos, obedeçam a uma lógica dramática e não a uma pirotécnica de cores (RATTO, 2001, p. 95) [1] .
Além disso, devem ser conhecidas as mudanças de figurinos durante o decorrer das cenas. Um casaco azul, quando retirado de sobre uma camisa branca, oferecerá outra expressividade. A iluminação deve ser pensada em termos também gerais de movimentação e trocas dos elementos da cena. As trocas incessantes de iluminação durante as cenas, além de cansar o público, produzem mudanças nos comportamentos plásticos dos cenários. Deve-se pensar, acima de tudo, em uma luz que mantenha o equilíbrio das relações que estão em jogo, sem, contudo, transferir os espectadores para espaços e tempos diferentes. Deve-se pensar a iluminação como um todo expressivo na cena e, ao mesmo tempo, como um elemento fortalecedor e de suporte às alterações que surgem constantemente.
[1] RATTO, Gianni Antitratado de Cenografia. São Paulo: Editora SENAC, 2001. p. 95.
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