15 novembro 2007

Estudo dos aspectos emocionais (climas) das cenas


A capacidade que a iluminação de palco possui de criar a linguagem visual das cenas requer a compreensão dos aspectos emocionais escolhidos pela direção, a fim de que a luz possa reforçar intenções acompanhando as idéias e mensagens subjetivas das cenas e em seus espaços físicos e temporais paralelos.
A subjetividade dessa linguagem pode ser conseguida através da manipulação das propriedades da iluminação, ou seja, através da intensidade (brilho), da forma, do movimento, da velocidade, da direção, do ângulo de inclinação e das cores. Essas propriedades influenciam as informações simbólicas contidas nas formas concretas dos elementos, nas sombras projetadas (na profundidade e textura), na duração das imagens e, portanto, movimento e vida, nas cores (terceiros cromatismos resultantes das misturas de cores-luz sobre cores-pigmento), na velocidade adquirida pelos elementos[1], na importância dos elementos na cena[2] e na determinação da dimensão espacial[3]. Além disso, a utilização conjunta dessas propriedades cria símbolos complexos de referência sensível.
O estudo desses comportamentos pode também ser elaborado através do acompanhamento dos ensaios, da leitura e compreensão subjetiva do texto e da discussão da poética do espetáculo com os diretores.






[1] Sob uma iluminação de efeito estroboscópico, a movimentação dos elementos nas cenas adquire um “tempo” diferente no cérebro do observador.
[2] Elementos com maior brilho atraem mais a atenção do observador.
[3] Por exemplo: um elemento colocado sob uma luz geral pode perder-se na imensidão do palco e tornar-se “pequeno” em relação ao mundo que o cerca. Já um elemento sob um foco restrito pode adquirir um aspecto mais solitário e intimista.


Nenhum comentário: