14 novembro 2007

Estudo dos estilos e estruturas de palco


Existem diferentes estilos de palcos para as atuações cênicas e, cada um deles, possui suas peculiaridades quanto à modelagem de iluminação exigida. Em palcos convencionais italianos, a cena é vista através da “quarta parede” posicionada frontalmente à platéia e a assistência recebe um recorte visual da tridimensionalidade. Nos palcos de estilo arena, a platéia entorna as áreas de cena o que possibilita visões diferenciadas, dependendo do posicionamento do espectador. Nos palcos de estilo elisabetano, que avançam em direção à platéia, os recortes são outros, e assim por diante. Todos os estilos de palcos exigem dos designers de iluminação estudos apropriados que garantam a visualização por parte do público. Além disso, para cada estilo, devem ser encontradas respostas técnicas e poéticas de maneira a suprir as expressividades das cenas.
Esse se pode dizer, deve ser o primeiro detalhe técnico a ser observado pelos designers, pois, a partir do conhecimento do estilo do palco, é que são formulados todos os estudos posteriores.
Para que um projeto de iluminação se realize em sua totalidade, ou seja, para que ele possa ser materializado de forma a conter tudo o que foi elaborado previamente e expressar tudo aquilo que foi criado, deve possibilitar a montagem de todos os instrumentos necessários, nas estruturas posicionadas corretamente, para a criação da plasticidade através da luz. Para isso, a elaboração de um projeto deve, necessariamente, levar em conta, as possibilidades do espaço ou dos espaços de representação. Suas estruturas devem, primeiramente, ser estudadas pelo designer que, antecipadamente ao processo de elaboração poética, efetuará o levantamento técnico das condições existentes nesses espaços visando as condições necessárias de realização dessas poéticas.
Já se abordou anteriormente, nesse trabalho, a importância do encadeamento de ações conjuntas entre profissionais criadores das cenas, não obstante atuarem em diferentes áreas, devem compreender a importância da elaboração conjunta de tais eventos técnico-poéticos. Assim sendo, as estruturas oferecidas pelos espaços utilizados para as apresentações funcionam como o “esqueleto” de onde o “corpo” plástico das cenas surgirá. O conhecimento da quantidade de maquinária, varas de iluminação, pernas, bambolinas, quarteladas, fossos de orquestra etc., e suas dimensões, possibilitam aos designers sugerirem equipamentos, acessórios e elementos de suporte para que as idéias se realizem dentro desse determinado espaço. Nos casos em que há a necessidade de um nomadismo por parte de determinado grupo de atuação ou, como geralmente acontece, a companhia se vê na impossibilidade de estacionar num mesmo local de apresentações e se deslocar de cidade em cidade, Estado em Estado, teatro a teatro, os designers, naturalmente, acabam por optar por projetos que possam “caber” em diferentes palcos. Isso varia, também, de acordo com as condições financeiras de cada grupo ou produtor, e a atenção que se dá a essas particularidades é de suma importância. Mesmo que se tenha em mãos um espaço ideal[1], as próprias questões técnicas envolvidas exigem dos profissionais o conhecimento integral desses espaços, na medida em que são eles que fornecem todos os tipos de dados relevantes para a obtenção dos efeitos e, por conseguinte, da plasticidade cênica.


[1] Ideal é tomado aqui no sentido de proporcionar todas as condições técnicas, humanas etc. de execução total dos projetos de uma obra cênica.

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