Iluminação de Museus e Galerias – Uma Análise Introdutória
Mostrar e preservar: jogo de prioridades.
Em museus e galerias de arte os lighting designers se vêem envolvidos com trabalhos que exigem de forma constante a preocupação com uma excelente visibilidade das peças e, por outro lado, com os cuidados para que a luz, mais objetivamente o calor e os raios ultra-violeta, não depreciem as abras. Embora na maioria das vezes essas duas exigências se oponham, sempre será possível atenuar os efeitos negativos da luz sobre os objetos de arte através de cuidados a serem tomados durante as fases de projeto, execução e permanência das exposições. Conter os níveis de iluminação através da dimerização das luzes, utilização de filtros atenuadores e outras formas de proteção, e ao mesmo tempo oferecer iluminação suficiente para uma apreciação ideal – aí está o equilíbrio e a solução.
Na fase de projeto
Projetos bem elaborados são aqueles que conseguem equilibrar as duas prioridades (visibilidade e preservação), além é claro, de reforçar a estética geral da exposição. Esse trabalho deve sempre ser realizado em conjunto com a curadoria, artistas, pesquisadores e equipe. Quando falamos em equipe, estamos falando em cenógrafos, montadores, eletricistas, preservadores, limpadores, etc. Tudo isso visa a busca de um conjunto de soluções de iluminação que reforce os ideais estéticos em jogo.
A luz do dia
Espaços cujas estruturas arquitetônicas permitam a incidência mesmo que indireta da luz do dia sobre as obras, permitem uma apreciação com excelente IRC , ou seja, as cores serão vistas como realmente são, porém deverão ser investidos muito mais recursos no bloqueamento dos raios ultra-violeta, já que esses raios contribuem fortemente para um aceleramento de depreciação de uma infinidade de materiais. A utilização de vidros especiais e filtros anti ultra-violeta e anti infra-vermelho são as medidas mais indicadas.
Fontes de iluminação artificial
Quando pensamos em fontes de iluminação artificiais para um projeto de museus e galerias, devemos garantir que essas fontes ofereçam um mínimo de 85% de IRC. As obras expostas não podem perder suas policromias naturais, com pena de desvirtuamento das propriedades estéticas, históricas, de comunicação, etc. O cuidado com a utilização de lâmpadas com maior IRC é princípio básico dentro de um projeto de iluminação museológica.
Outra análise bastante importante é a da potência das fontes, pois é aí que podemos garantir visualidade com baixos índices de depreciação. Lâmpadas incandescentes geram muito calor e, portanto maior índice de depreciação. Alguns tipos de lâmpadas fluorescentes geram grande quantidade de raios ultra-violeta. Nessas últimas devemos, na medida do possível, utilizar filtros anti UV para garantir maior proteção. Mesmo garantindo proteção não podemos esquecer que as obras devem ser vistas e para isso o estudo das relações de iluminância e luminância são fundamentais, na medida em que fornecem maiores dados sobre o produto final da iluminação nos ambientes e no olho do observador. A utilização de controles de intensidade luminosa contribui sobremaneira não apenas nos cuidados de preservação, mas também aumenta as possibilidades de criação estética através da luz. Luzes controladas analógica ou digitalmente garantem maior leque de opções na criação de situações e “climas” psicológicos, o que resulta em maior espaço para a criatividade. A atenção para as fontes de iluminação é ponto crucial dos projetos. Uma receita (cuidado com as receitas) seria a utilização dos seguintes itens:
- Lâmpadas incandescentes de baixa potência (controle de temperatura)
- Sistemas de fibra ótica
- Sistemas com tecnologia LED
- Lâmpadas fluorescentes com filtros UV
Equipamentos
Ninguém vai ao museu ou a uma galeria para ver equipamentos de iluminação, estruturas de suporte, mesas e painéis de controle, a não ser que seja para uma visita a uma exposição específica dessas peças. Porém na maioria dos casos trabalhamos com a impossibilidade de ocultarmos toda essa parafernália, e aí, o que fazer? Creio que devemos partir de alguns princípios básicos, assim podemos encontrar soluções bastante viáveis para inúmeros casos. Além do estudo das características técnicas de um equipamento e de suas possibilidades dentro de determinado contexto, a análise de seu design e cor nos faz perceber que existem vantagens e desvantagens que podem ser percebidas rapidamente. Equipamentos menores são mais indicados para espaços com pé direito muito baixos, pois equipamentos mais robustos podem desviar a atenção dos observadores e desarmonizar os ambientes. A utilização de equipamentos na cor preta sob tetos claros, ou o contrário: equipamentos brancos ou claros em tetos escuros, resultam em maiores contrastes e, conseqüentemente, desviam mais a atenção do apreciador. Podemos repetir esses conceitos para as estruturas de suporte, afinal, a elas está reservado um papel extremamente importante dentro da estética dos espaços. Não quero necessariamente afirmar que se deva utilizar esse ou aquele conceito no momento da escolha do visual das estruturas e equipamentos nesses espaços, mas sim alertar os profissionais e estudantes para um item realmente importante em se tratando de projetos de iluminação nesses espaços.
Estruturas de suporte
A abrangência de características de espaços e prioridades, ou seja, dos tipos e funções de cada museu, exige dos profissionais da luz o entendimento profundo das questões técnicas e estéticas envolvidas, dos objetivos principais dos museus, das mostras, dos eventos, etc. Em museus com caráter de exposições prioritariamente permanentes os projetos devem levar em consideração aspectos e soluções que provavelmente se tornariam um empecilho dentro de espaços para exposições cujo caráter é a mudança contínua de acervo e cenografia. Por exemplo: estruturas rígidas de suporte de equipamentos podem funcionar muito bem nos primeiros, mas indubitavelmente gerariam conseqüências desastrosas nos segundos. Estruturas flexíveis garantem maiores possibilidades, embora geralmente os custos desses projetos são bem mais elevados, dadas as necessidades maiores de pontos de distribuição elétrica. Estruturas flexíveis geralmente são feitas por encomenda, enquanto as rígidas podem ser feitas com materiais e produtos de mercado.
Tanto em projetos de estruturas rígidas quanto de estruturas flexíveis, o estudo das relações angulares é fundamental para obtermos os melhores resultados na iluminação. O posicionamento dos suportes dentro dos espaços é que determinará o ângulo de incidência das fontes de luz sobre as obras. Suportes muito distantes das paredes de exibição de obras bidimensionais podem contribuir para a criação de sombras do observador sobre essas obras, e quando muito próximas, com ângulos de incidência mais acentuados, podem resultar em uma luz que ressalte muito as texturas das telas ou modifique o brilho e a policromia das pinturas, ou ainda crie muitas sombras indesejáveis em obras tipo “colagens” e talvez jogando sombras das próprias molduras sobre as obras.
Em espaços onde se criam ambientes através de montagens cenográficas as possibilidades de criação dos lighting designers aumentam, contudo, nunca podemos esquecer que dentro desse contexto a iluminação e a cenografia visam a criação de ambientes e climas cuja função é a de provocar emoções. Dessa forma, o estudo das propostas dos profissionais e artistas envolvidos deve se realizar harmonicamente e em conjunto. Iluminação e cenografia devem juntas colaborar uma com a outra para objetivação de algo sempre maior: o espetáculo, a criação do sonho, a criação de mundos.
Luzes gerais e pontuais
Compreender o comportamento da luz nos espaços é tarefa muito ampla, mas pelo menos para os lighting designers deve ser acima de tudo prazerosa. É através do exercício de aprimoramento do olhar sobre o mundo, que vamos desvendando o segredo do trabalho artístico com a luz.
Parar, olhar, refletir sobre os aspectos do que é visto, sobre as possíveis causas do que é percebido. Esse exercício nos vai trazendo mais e mais compreensão do nosso objeto de trabalho. Não existem receitas prontas na arte. Receitas são coisas que não funcionam no processo criativo, mas algumas coisas podem ser tomadas como roteiros a serem estudados. Olhando dessa forma, percebemos algumas constantes que podem ou não funcionar e aí temos que colocar nossa mente e coração para realizar o juízo. Quando utilizamos iluminação geral percebemos que podemos conseguir visibilidade completa no entorno dos objetos, principalmente com a utilização de iluminação difusa e em posição zenital. Podemos também criar padrões estéticos em grandes ambientes, ou seja, criamos ambientações. Perceberemos também que a iluminação geral auxilia a visibilidade de obras bidimensionais e em baixa intensidade, a visualização de superfícies vitrificadas.
Já a iluminação pontual, ou seletiva, que é aquela que recorta os objetos no espaço, permite apenas uma visibilidade completa em torno dos objetos quando aplicada com conceito de três pontos ou mais. A iluminação pontual também permite a criação de padrões estéticos nos ambientes, porém com mais dramaticidade que a iluminação geral pela quantidade e forma dos espaços escuros criados entre as pontuações. Luzes pontuais auxiliam a criação de dramaticidade nos objetos tridimensionais, dependendo é claro dos ângulos, direções, intensidades, etc.
Mais um item importante a ser abordado é a constante utilização de módulos de vitrines em galerias e museus. Geralmente os objetos ficam dentro das vitrines protegidos por placas de vidro. Quando utilizamos vidros anti-reflexo os problemas de ofuscamento são minimizados e muitas vezes anulados, porém, quando a escolha do material recai para vidros comuns, começam os problemas. Se do lado de fora temos uma iluminação com intensidade muito acentuada e num nível de altura que forme um ângulo de incidência coincidente com o olho do observador, temos necessariamente que aumentar a intensidade da iluminação interna, pois do contrário, podemos criar não uma vitrine, mas um espelho, que bloqueará a visualização da peça em seu interior. A cor de fundo das vitrines é outro fator que contribui enormemente nesse caso. Cores escuras acentuam o espelhamento, dificultando a observação.
Conclusão:
Para o desenvolvimento de um bom projeto todos os detalhes são relevantes. Nada que foi discutido acima pode escapar aos designes. Preservação das obras e criação de conceitos emocionais particulares são seus objetivos maiores. Preservar os objetos é preservar a nossa história, nossa cultura, nossas idéias e ideais. Reforçar a expressão faz com que os espaços e seus elementos se tornem mais interessantes e atraentes, ou mesmo, “encaixados” dentro de contextos estéticos mais equilibrados, possibilitando uma apreciação mais objetiva, dignificando artistas, obras e o próprio espaço.
Mostrar e preservar: jogo de prioridades.
Em museus e galerias de arte os lighting designers se vêem envolvidos com trabalhos que exigem de forma constante a preocupação com uma excelente visibilidade das peças e, por outro lado, com os cuidados para que a luz, mais objetivamente o calor e os raios ultra-violeta, não depreciem as abras. Embora na maioria das vezes essas duas exigências se oponham, sempre será possível atenuar os efeitos negativos da luz sobre os objetos de arte através de cuidados a serem tomados durante as fases de projeto, execução e permanência das exposições. Conter os níveis de iluminação através da dimerização das luzes, utilização de filtros atenuadores e outras formas de proteção, e ao mesmo tempo oferecer iluminação suficiente para uma apreciação ideal – aí está o equilíbrio e a solução.
Na fase de projeto
Projetos bem elaborados são aqueles que conseguem equilibrar as duas prioridades (visibilidade e preservação), além é claro, de reforçar a estética geral da exposição. Esse trabalho deve sempre ser realizado em conjunto com a curadoria, artistas, pesquisadores e equipe. Quando falamos em equipe, estamos falando em cenógrafos, montadores, eletricistas, preservadores, limpadores, etc. Tudo isso visa a busca de um conjunto de soluções de iluminação que reforce os ideais estéticos em jogo.
A luz do dia
Espaços cujas estruturas arquitetônicas permitam a incidência mesmo que indireta da luz do dia sobre as obras, permitem uma apreciação com excelente IRC , ou seja, as cores serão vistas como realmente são, porém deverão ser investidos muito mais recursos no bloqueamento dos raios ultra-violeta, já que esses raios contribuem fortemente para um aceleramento de depreciação de uma infinidade de materiais. A utilização de vidros especiais e filtros anti ultra-violeta e anti infra-vermelho são as medidas mais indicadas.
Fontes de iluminação artificial
Quando pensamos em fontes de iluminação artificiais para um projeto de museus e galerias, devemos garantir que essas fontes ofereçam um mínimo de 85% de IRC. As obras expostas não podem perder suas policromias naturais, com pena de desvirtuamento das propriedades estéticas, históricas, de comunicação, etc. O cuidado com a utilização de lâmpadas com maior IRC é princípio básico dentro de um projeto de iluminação museológica.
Outra análise bastante importante é a da potência das fontes, pois é aí que podemos garantir visualidade com baixos índices de depreciação. Lâmpadas incandescentes geram muito calor e, portanto maior índice de depreciação. Alguns tipos de lâmpadas fluorescentes geram grande quantidade de raios ultra-violeta. Nessas últimas devemos, na medida do possível, utilizar filtros anti UV para garantir maior proteção. Mesmo garantindo proteção não podemos esquecer que as obras devem ser vistas e para isso o estudo das relações de iluminância e luminância são fundamentais, na medida em que fornecem maiores dados sobre o produto final da iluminação nos ambientes e no olho do observador. A utilização de controles de intensidade luminosa contribui sobremaneira não apenas nos cuidados de preservação, mas também aumenta as possibilidades de criação estética através da luz. Luzes controladas analógica ou digitalmente garantem maior leque de opções na criação de situações e “climas” psicológicos, o que resulta em maior espaço para a criatividade. A atenção para as fontes de iluminação é ponto crucial dos projetos. Uma receita (cuidado com as receitas) seria a utilização dos seguintes itens:
- Lâmpadas incandescentes de baixa potência (controle de temperatura)
- Sistemas de fibra ótica
- Sistemas com tecnologia LED
- Lâmpadas fluorescentes com filtros UV
Equipamentos
Ninguém vai ao museu ou a uma galeria para ver equipamentos de iluminação, estruturas de suporte, mesas e painéis de controle, a não ser que seja para uma visita a uma exposição específica dessas peças. Porém na maioria dos casos trabalhamos com a impossibilidade de ocultarmos toda essa parafernália, e aí, o que fazer? Creio que devemos partir de alguns princípios básicos, assim podemos encontrar soluções bastante viáveis para inúmeros casos. Além do estudo das características técnicas de um equipamento e de suas possibilidades dentro de determinado contexto, a análise de seu design e cor nos faz perceber que existem vantagens e desvantagens que podem ser percebidas rapidamente. Equipamentos menores são mais indicados para espaços com pé direito muito baixos, pois equipamentos mais robustos podem desviar a atenção dos observadores e desarmonizar os ambientes. A utilização de equipamentos na cor preta sob tetos claros, ou o contrário: equipamentos brancos ou claros em tetos escuros, resultam em maiores contrastes e, conseqüentemente, desviam mais a atenção do apreciador. Podemos repetir esses conceitos para as estruturas de suporte, afinal, a elas está reservado um papel extremamente importante dentro da estética dos espaços. Não quero necessariamente afirmar que se deva utilizar esse ou aquele conceito no momento da escolha do visual das estruturas e equipamentos nesses espaços, mas sim alertar os profissionais e estudantes para um item realmente importante em se tratando de projetos de iluminação nesses espaços.
Estruturas de suporte
A abrangência de características de espaços e prioridades, ou seja, dos tipos e funções de cada museu, exige dos profissionais da luz o entendimento profundo das questões técnicas e estéticas envolvidas, dos objetivos principais dos museus, das mostras, dos eventos, etc. Em museus com caráter de exposições prioritariamente permanentes os projetos devem levar em consideração aspectos e soluções que provavelmente se tornariam um empecilho dentro de espaços para exposições cujo caráter é a mudança contínua de acervo e cenografia. Por exemplo: estruturas rígidas de suporte de equipamentos podem funcionar muito bem nos primeiros, mas indubitavelmente gerariam conseqüências desastrosas nos segundos. Estruturas flexíveis garantem maiores possibilidades, embora geralmente os custos desses projetos são bem mais elevados, dadas as necessidades maiores de pontos de distribuição elétrica. Estruturas flexíveis geralmente são feitas por encomenda, enquanto as rígidas podem ser feitas com materiais e produtos de mercado.
Tanto em projetos de estruturas rígidas quanto de estruturas flexíveis, o estudo das relações angulares é fundamental para obtermos os melhores resultados na iluminação. O posicionamento dos suportes dentro dos espaços é que determinará o ângulo de incidência das fontes de luz sobre as obras. Suportes muito distantes das paredes de exibição de obras bidimensionais podem contribuir para a criação de sombras do observador sobre essas obras, e quando muito próximas, com ângulos de incidência mais acentuados, podem resultar em uma luz que ressalte muito as texturas das telas ou modifique o brilho e a policromia das pinturas, ou ainda crie muitas sombras indesejáveis em obras tipo “colagens” e talvez jogando sombras das próprias molduras sobre as obras.
Em espaços onde se criam ambientes através de montagens cenográficas as possibilidades de criação dos lighting designers aumentam, contudo, nunca podemos esquecer que dentro desse contexto a iluminação e a cenografia visam a criação de ambientes e climas cuja função é a de provocar emoções. Dessa forma, o estudo das propostas dos profissionais e artistas envolvidos deve se realizar harmonicamente e em conjunto. Iluminação e cenografia devem juntas colaborar uma com a outra para objetivação de algo sempre maior: o espetáculo, a criação do sonho, a criação de mundos.
Luzes gerais e pontuais
Compreender o comportamento da luz nos espaços é tarefa muito ampla, mas pelo menos para os lighting designers deve ser acima de tudo prazerosa. É através do exercício de aprimoramento do olhar sobre o mundo, que vamos desvendando o segredo do trabalho artístico com a luz.
Parar, olhar, refletir sobre os aspectos do que é visto, sobre as possíveis causas do que é percebido. Esse exercício nos vai trazendo mais e mais compreensão do nosso objeto de trabalho. Não existem receitas prontas na arte. Receitas são coisas que não funcionam no processo criativo, mas algumas coisas podem ser tomadas como roteiros a serem estudados. Olhando dessa forma, percebemos algumas constantes que podem ou não funcionar e aí temos que colocar nossa mente e coração para realizar o juízo. Quando utilizamos iluminação geral percebemos que podemos conseguir visibilidade completa no entorno dos objetos, principalmente com a utilização de iluminação difusa e em posição zenital. Podemos também criar padrões estéticos em grandes ambientes, ou seja, criamos ambientações. Perceberemos também que a iluminação geral auxilia a visibilidade de obras bidimensionais e em baixa intensidade, a visualização de superfícies vitrificadas.
Já a iluminação pontual, ou seletiva, que é aquela que recorta os objetos no espaço, permite apenas uma visibilidade completa em torno dos objetos quando aplicada com conceito de três pontos ou mais. A iluminação pontual também permite a criação de padrões estéticos nos ambientes, porém com mais dramaticidade que a iluminação geral pela quantidade e forma dos espaços escuros criados entre as pontuações. Luzes pontuais auxiliam a criação de dramaticidade nos objetos tridimensionais, dependendo é claro dos ângulos, direções, intensidades, etc.
Mais um item importante a ser abordado é a constante utilização de módulos de vitrines em galerias e museus. Geralmente os objetos ficam dentro das vitrines protegidos por placas de vidro. Quando utilizamos vidros anti-reflexo os problemas de ofuscamento são minimizados e muitas vezes anulados, porém, quando a escolha do material recai para vidros comuns, começam os problemas. Se do lado de fora temos uma iluminação com intensidade muito acentuada e num nível de altura que forme um ângulo de incidência coincidente com o olho do observador, temos necessariamente que aumentar a intensidade da iluminação interna, pois do contrário, podemos criar não uma vitrine, mas um espelho, que bloqueará a visualização da peça em seu interior. A cor de fundo das vitrines é outro fator que contribui enormemente nesse caso. Cores escuras acentuam o espelhamento, dificultando a observação.
Conclusão:
Para o desenvolvimento de um bom projeto todos os detalhes são relevantes. Nada que foi discutido acima pode escapar aos designes. Preservação das obras e criação de conceitos emocionais particulares são seus objetivos maiores. Preservar os objetos é preservar a nossa história, nossa cultura, nossas idéias e ideais. Reforçar a expressão faz com que os espaços e seus elementos se tornem mais interessantes e atraentes, ou mesmo, “encaixados” dentro de contextos estéticos mais equilibrados, possibilitando uma apreciação mais objetiva, dignificando artistas, obras e o próprio espaço.
3 comentários:
Parabéns pelo blog, material bem completo de iluminação, uma área sou apaixonado.
Possuo um blog na mesma linha de iluminação, chamado Percepção :: Pensando em Iluminação (http://percepcao.typepad.com/). Visite-me e opine.
Um abraço!
"Disse Deus: haja luz! E houve luz..."
Valmir, querido amigo: seja feita a vontade do Senhor...
Olá Walmir, estou sempre recebendo suas dicas de iluminação da Unicamp.
Visite meu blog também, estou começando a mexer nele. http://clarissagoyata.com
Abraço,
Clarissa
Postar um comentário