Meditar é uma das melhores coisas da vida. É através da meditação
que, se quisermos e formos persistentes, podemos nos libertar dos
labirintos e armadilhas da mente. Sim, vivemos constantemente com
nossos canais de percepção eivados pelo “barulho”, pelo
tumulto, pela bagunça do cotidiano. Como num poço ou num túnel
escuro, vamos caminhando pela existência e perdendo lentamente a
capacidade de reconhecer as coisas em sua totalidade, em sua
essência. Perdemos por alguma razão a habilidade de nos mantermos
“ligados” à vida íntima das coisas. O céu desaparece, é
apenas o espaço acima de nós. O sol que nasce ou se põe, é apenas
aquele astro luminoso que nos ofusca a visão da estrada; a chuva que
cai mansa e agradável é apenas a confirmação da previsão do
tempo.
Nas grandes cidades, as coisas se complicam ainda mais. Tudo é muito
artificial. Se não fosse o verde do gramado do canteiro central da
avenida, ou as árvores sufocadas pela poluição que descansam nos
poucos jardins pelos quais passamos, poderíamos afirmar que já nos
tornamos, definitivamente, máquinas de pensar e criar lucro. O homem
do campo ainda se encontra um pouco protegido dessa farsa, da ilusão
do “progresso”. Talvez por isso mesmo seu sentimento em relação
à natureza ainda esteja mais preservado, sua capacidade de “sentir”
as coisas naturais com mais acuidade ainda funcione e seu acesso ao
subjetivo das coisas seja mais forte.
Mas quem pensa que a meditação é uma forma de esquecermos toda a
bagunça que está lá fora, pode estar enganado. A meditação não
é uma forma de dormir, uma fuga, mas uma forma de acordar. Meditar é
desligar o rádio interior, aquela música chata, aquela frase feita,
aquele sentimento rouco e insistente que fica dentro de nós. Meditar
é silenciar a mente que raciocina, para perceber e sentir as coisas
com mais vigor e verdade. É focar no vazio de onde tudo provem e
deixar que o mundo se revele sem barreiras.
Muita gente medita e não sabe que o faz. Outras acreditam que para
realizar esse exercício é preciso sentar sobre as pernas como os
crentes hinduístas. Que é preciso estar num lugar tranquilo, longe
de tudo, de preferência no alto da montanha ou numa ilha deserta.
Meditar não é nada disso, embora isso também possa se dar com
aqueles que nesses lugares meditam, mas isso não é absolutamente
algo imperioso para que se dê a meditação. Meditar é simplesmente
nos desligarmos daquilo que achamos que já achamos. Desligarmo-nos
desse discurso repetitivo interior e ouvirmos esse insondável
“silêncio” interno repleto de vida. É sair de dentro da máquina
automática de sentir e pensar.
Em determinado momento, em determinado ponto, acabamos por perceber
que estamos vendo as coisas de outra forma. Que estamos respirando,
mas que sabemos que estamos respirando e como estamos desenvolvendo
esse exercício vital. Que estamos vendo, mas que o que vemos não
nos engana com as artimanhas das máscaras do passado. Sim, porque
grande parte daquilo que vemos já vem carregado com a nossa
predisposição, com os nossos preconceitos, com a nossa etiqueta
construída no passado, num determinado momento que já se foi.
Note bem, isso é muito importante saber: porque esse determinado
momento “determinou” que: a partir dali, iríamos achar que
aquela coisa, ou fato, é desse ou daquele jeito, é de tal ou tal
modo, é bom ou mal, etc e etc. Que a partir de um determinado
desencadeamento de forças, escolhemos uma delas e nos apegamos para
sempre.
Muitas das escolas de meditação ensinam o aspirante a focar o olhar
em determinado ponto. Isso não é à toa. Quando focamos nosso olhar
num determinado ponto, que pode ser tanto material, quanto
conceptual, nossa mente se desliga, por assim dizer, de grande parte
da “sujeira barulhenta” de pensamentos e emoções que carregamos
para lá e para cá. Do fardo histórico que nós mesmos havemos
criado. Realmente, ao focarmos nossa visão num ponto, passamos a ter
maior equilíbrio interno e externo e determinar novos modos de “ver”
as coisas que estão ao nosso redor.
Faça uma experiência: sem se apoiar em nada levante uma de suas
pernas e vá passando os olhos rapidamente pelo ambiente onde você
se encontra. Você verá que também rapidamente tenderá a perder o
equilíbrio do corpo, até não conseguir mais se sustentar em pé.
Agora faça a mesma coisa: levante uma das pernas e foque seu olhar
num determinado ponto do ambiente. Verá que seu equilíbrio melhora
bastante. Sente até que poderia ficar nessa posição quanto tempo
seu corpo aguentasse. Agora comece a passar os olhos rapidamente no
ambiente como no exercício anterior, mas cada vez que olhar para
determinada direção, foque num ponto por alguns instantes. Veja
como a coisa muda e seu equilíbrio melhora. Não é legal isso?
Aposto que você não vai mais perder o equilíbrio estando com uma
perna só.
Mas porque o ponto? O que faz dessa “coisa” sem área, volume ou
comprimento, como afirma a Geometria Euclidiana, que a determina
apenas como uma posição no espaço, algo tão especial?
Porque essa abstração é necessariamente tão valiosa se, para a
geometria analítica é apenas a intersecção de duas ou mais
coordenadas?
Será mesmo que Aristóteles estava certo, quando determinou que o
ponto é algo ilimitado e composto de infinitas partes? Mas composto
de que partes? Essas partes são feitas de que?
Ora, se analisarmos com cuidado essas asserções, não
encontraremos, por mais que nos esforcemos, nada sólido. Nenhuma
poeirinha de algo que seja sólido. Nada mesmo. Ou seja, o ponto, na
visão de todas essas teorias, é algo que não é nada!
Mas, por incrível que pareça, se você enfileirar algo que não é
nada, ou deslocar esse nada em determinada direção durante
determinado tempo, acaba construindo uma reta, que já é algo com
uma dimensão, mas ainda não é corpóreo. Tem mais!
Se você usar esse algo que tem apenas uma dimensão, que é feita de
um monte de nadas juntos ou em movimento, e juntar com mais duas, ou
dobrá-la sobre si mesma, ou ainda colocá-las uma do lado da outra,
você acaba tendo algo bem diferente: você acaba tendo um plano!
Lembre-se porém, que isso ainda não é corpóreo, não tem
profundidade. Mas não acaba por aí!
Se você juntar esse plano com mais alguns deles, em diferentes
posições e direções, aí sim, aí você chegou lá, você
encontrou a terceira dimensão! É onde você existe! É onde todas
as coisas que você conhece e que são corpóreas e palpáveis
existem! Não é muito interessante isso? Somos corpóreos,
tangíveis, mas feitos de algo que é nada! Pelo menos é isso o que
afirmam essas teorias.
É de admirar que algumas crianças de tenra idade que escutam essa
história, acabam por ficar pensativas demais. Algumas podem acabar
achando que os adultos são todos birutas, e com razão. Algumas vão
acreditar, mas não vão entender; outras vão entender, mas não vão
acreditar. Esse enigma perdura antes mesmo de Euclides, ou antes
mesmo dos Faraós. Talvez seja o enigma mais velho do mundo.
Provavelmente os Assírios e Babilônios já esquentavam a cuca com
isso. Vai ver que é por isso que esse enigma também está presente
em quase todas as religiões, pelo menos em todas as principais.
O ponto, que é o número um, é a essência incorpórea criadora.
Também denominada pelos teólogos, místicos e ecléticos, de Deus,
Alá, Jeova, Brâman.
É o Aleph Hebraico (א),
o Alfa Grego (α).
Dele ou disto, que é incorpóreo, nascem todos os universos. É a
fonte absoluta, o Einsof dos Cabalistas, aquilo ou algo que
transcende qualquer definição. O inatingível, o insondável de
onde tudo provem.
Alguns físicos, dentre eles, atualmente,
Nassim Haramein, procuram provar que o ponto é o buraco negro; um
universo em si onde, de fora, não vemos a luz, porque devido à
força gravitacional interna, ela se curva num espaço-tempo
contínuo. De fora, não vemos a luz do buraco negro porque ela está
presa pela força gravitacional. Ela não consegue escapar. Os
habitantes que vivem no interior desses universos (porque segundo ele
são infinitos) olham para os céus à noite e só veem a escuridão
de uma luz que existe, mas não pode ser vista. Tal como nós quando
observamos a luz que vem de uma fonte e não vemos o seu rastro, o
seu caminhar. A não ser que algo físico, como a fumaça ou a
neblina, nos indique de onde provém.
Para esses caras que concordam com isso, a
única realidade que existe e onde os observadores existem é o
ponto. Isso parece por vezes muito comum aos sistemas de crenças
orientais e ocidentais, porque os pontos estão dentro e fora.
Existem pontos dentro de pontos e por aí vai. Dizem que nosso
universo de fora e de dentro é holográfico. Encontramos essa teoria
na chamada “Tábua de Esmeralda”. Texto que deu origem à
Alquimia Islâmica, cujas ideias são atribuídas a Hermes
Trimegisto. Aquele que diz que “o que está em cima é semelhante
ao que está embaixo.”
Não tão radicais como Haramein, a maioria dos físicos teóricos,
ou, pelo menos os que acreditam nas teorias do Big Bang, afirmam que
nosso universo é criado a partir de uma grande explosão num ponto,
onde, em seu interior, as leis físicas que conhecemos são
inválidas. Essa explosão acontece a partir desse ponto cuja
realidade não pode ser verificada. Numa coisa que denominam de
“singularidade”. Isso não nos parece muito próximo também do
que afirmam os teólogos das principais religiões?
O um, que é o ponto solitário, também é a
força positiva que impregnou o binário feminino para a construção
do TODO. O ponto em movimento cria a dimensão da reta que impregna o
feminino material. A primeira letra Hebraica, Aleph (fig. 01), cujo
símbolo lembra exatamente isso, alude também à trindade: duas
formas ligadas por uma terceira central. O pai (espírito) impregna a
mãe (universo material), para a criação do filho.
Fig. 01
Mas o ponto também tem, mesmo que
subjetivamente, uma concepção ontológica formal, circular. O
círculo, desde tempos milenares, é por sua vez o símbolo da
criação, O Símbolo da divindade, o todo que sustenta a si mesmo,
sem ângulos, que tudo abarca.
À nossa volta, o círculo, a forma arredondada é a naturalmente
mais abundante. Nas palavras de Dondis:
“Na natureza,
a rotundidade é a formulação mais comum, sendo que em estado
natural, a reta ou o quadrado constituem uma raridade. Quando
qualquer material líquido é vertido sobre uma superfície, assume
uma forma arredondada, mesma que esta não simule um ponto perfeito.
Quando fazemos uma marca, seja com tinta, com uma substancia dura ou
com um bastão, pensamos nesse elemento visual como um ponto de
referência ou um indicador de espaço. Qualquer ponto tem grande
poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou
tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo qualquer.”
Exatamente! O ponto é a referência, por isso
não nos desequilibramos quando o focamos com nosso olhar. Por isso
também, o ponto é, por princípio, a referência para se medir o
espaço, ou seja, o espaço pode ser medido por dois pontos. O ponto
é a unidade, a unidade de comunicação visual mais simples e mais
funcional. O ponto determina a existência de algo onde antes nada
existia. É a própria manifestação da criação. Manifestação
primeiramente conceptual. Basta colocar um ponto sobre uma superfície
para se criar um significado. Uma existência ontologicamente
conceptual.
O simples ponto pode, ele mesmo, detonar a atenção, e é por isso
que comunicadores visuais usam essa “entidade” visual quando
necessitam chamar o observador para algum “ponto” conceitual
específico.
Quando juntamos ou espalhamos alguns pontos
sobre uma superfície, estamos criando algo ainda mais complexo e
grave, pois o nosso sistema de percepção visual tende a criar
significados à simples visão desses conjuntos de pontos. Não
existe nada no mundo, que seja visto por nós, que não obtenha de
nós, algum significado. Entender isso é fundamental, principalmente
para aqueles que desejam criar significados através da linguagem
visual.
Os pontos também podem criar a ilusão visual de densidade (fig.
02).
Fig. 02
Embora a densidade seja assunto por si mesmo
bastante abrangente, não devemos deixar de passar aqui, pelo menos
alguma pincelada sobre esse conceito, já que essa densidade criada
pelo ajuntamento dos pontos não cria apenas a ideia de algo mais
compacto, mas chega até mesmo a criar a ilusão de cor. Dondis
observa que:
“Quando
vistos, os pontos se ligam, sendo, portanto, capazes de dirigir o
olhar. Em grande número e justapostos, os pontos criam a ilusão de
tom ou de cor (…) é o fato visual em que se baseiam os meios
mecânicos para a reprodução de qualquer tom contínuo. O fenômeno
perceptivo da fusão visual foi explorado por Seurat em seus quadros
pontilhistas, de cor e tom extraordinariamente variados, ainda que
ele só tenha utilizado quatro cores – amarelo, vermelho, azul e
preto – e tenha aplicado a tinta com pincéis muito pequenos e
pontiagudos. Todos os impressionistas exploraram os processos da
fusão, contraste e organização, que se concretizavam nos olhos do
espectador. Envolvente e estimulante, o processo era de alguma forma
semelhante a algumas das mais recentes teorias de Macluhan, para as
quais o envolvimento visual e a participação no ato de ver são
parte do significado (…) A capacidade única que uma série de
pontos tem de conduzir o olhar é intensificada pela maior
proximidade dos pontos”1
Podemos notar ainda que, por motivos não apenas relacionados aos
limites atuais da evolução tecnológica mas também por aspectos
estéticos contemporâneos, grande parte dos sistemas de iluminação
ainda se baseia em sistemas pontuais de emissão luminosa. Logo,
faz-se mister conhecermos profundamente esses processos de linguagem
criados pela utilização da imagem pontual.
Um ponto de luz em determinado ambiente, dependendo de seu
posicionamento, cria “interesses” e “situações” de
linguagem diferenciados. Cria comunicação de determinado tipo. Os
lighting designers que projetam iluminação cênica acabam por
aprender que além de conseguirem chamar a atenção do espectador
para determinado lugar no espaço, ainda é possível direcionar o
próprio “sentido” subjetivo do observador, mudar o significado
daquilo que está sendo exposto, pela simples imposição de uma luz
pontual.
A grosso modo, sem nos aprofundarmos ainda nas relações de direção,
intensidade, cor, etc, ou seja, nas variadas propriedades da luz que
poderíamos abarcar, isso pode ser conseguido quando entendemos que
apenas um ponto - no caso, um foco de luz sobre um elemento cênico
humano ou não - muda o significado do todo do espaço e desse
elemento inserido dentro de um contexto dado, quando mudamos a sua
posição no campo visual.
Um ponto perdido no espaço de qualquer campo visual, sem o
constrangimento dos limites periféricos de uma forma que o circunda,
revela um sentido maior de liberdade, ao mesmo tempo em que atrai
mais o nosso olhar para a profundidade infinita de seu próprio
interior. De modo diferente, quando restringido por diferentes linhas
ou formas, altera não apenas o sentido subjetivo de si mesmo, como,
do mesmo modo, o do conjunto.
Pensar em debater aqui caso a caso seria um absurdo, dada a
infinitude dos problemas possíveis, mas alguns casos merecem pelo
menos um comentário para que o leitor possa começar a perceber a
importância da inclusão de um programa de estudos dessa sintaxe em
seus projetos visuais de iluminação.
Observemos, então, como um determinado ponto colocado no centro
geométrico de um quadrado nos transmite não somente a ideia, mas a
sensação de equilíbrio e de resolução (fig. 03).
Fig. 03
Ao deslocarmos esse ponto para o canto inferior direito desse mesmo
quadrado (fig. 04), notaremos que uma espécie de desconforto se
impõe, criando em nós a sensação de desequilíbrio do todo, como
se algo estivesse forçando a figura principal a um determinado
movimento; como também se o ponto estivesse forçando uma saída. A
sensação de peso do conjunto também fica mais patente.
Fig. 04
No caso do ponto se deslocar para o canto superior direito do
quadrado (fig. 05), notaremos que isso nos provoca e nos faz sentir
uma certa leveza no todo. O ponto parece estar flutuando,
trazendo-nos a sensação de que uma força qualquer o sustenta no
espaço. Existe o movimento, porém, agora, ele é mais tranquilo e
mais leve. O peso é menor.
Fig. 05
Num outro exemplo, percebemos que um ponto sobre uma linha horizontal
(fig. 06) parece também estar flutuando no horizonte, enquanto o
mesmo ponto sob a mesma linha, parece estar enterrado nesse
horizonte. O conjunto agora nos parece mais pesado e lento do que o
anterior.
Fig. 06
Em mais um exemplo ainda, notamos que um ponto ao pé de uma linha em
posição vertical (fig. 08), além de parecer estar em repouso,
parece também, quando mudamos o foco conceitual, que poderá ser
chutado por essa linha a qualquer momento, enquanto que se esse ponto
se deslocar para o alto da linha (Fig. 09), parecerá que está
pendurado e que poderá ser rebatido pela linha, dependendo também
do enfoque que propusermos ao conjunto.
Fig. 08
Fig. 09
Já, ao nos depararmos com um círculo perfeito, em cujo centro
encontra-se um ponto (fig. 10), novamente nos vem a sensação de
equilíbrio e de seguridade, mesmo sentindo que esse equilíbrio não
é totalmente estático, que pode, ao menos, rotacionar.
Diferentemente, quando esse ponto se desloca para a periferia do
círculo (fig. 11), muda o sentido da frase visual, trazendo-nos a
sensação de que algo está faltando como compensação para que o
equilíbrio retorne, e, se houver rotação, ela terá seu momento
angular alterado. Essa sensação acaba por causar uma espécie de
tensão e desconforto no observador, como se algo precisasse ser
resolvido. Como se algo estivesse “fora dos eixos”.
Fig. 10
fig. 11
O salto nos domínios da linguagem visual nos leva a descobrir o
quanto podemos interferir nos espaços, mesmo que seja através de
apenas um ponto de luz. Quanto mais e mais vamos entrando nesse
universo, mais e mais nos tornamos projetistas conscientes, cujas
obras serão definidas, por sua vez, por estágios de linguagens mais
avançados. Ao imaginarmos que podemos construir não apenas frases
visuais carregadas de tônus sensíveis, mas textos inteiros com
significância complexa, teremos ao nosso dispor uma das ferramentas
mais importantes de expressão.
Num enlace mais profundo, iremos notar que o conjunto dessas frases
visuais, dentro de um determinado projeto, apenas poderá resultar em
algo equilibrado e harmônico – o que poderemos denominar aqui de
“sintaxe visual harmônica” – quando essas mesmas frases
houverem sido criadas a partir de um conceito abstrato completo,
abrangente e, certamente, coerente. Isso é o mesmo que dizer que
determinada obra, com essas características únicas, deixaria de ser
apenas um espaço contendo significado, para se tornar algo maior e
mais rico, como um símbolo, em cujo interior se manifesta a
complexidade de algo que vai além das simples resoluções técnicas
de linguagem e de projeto.
Nunca é demais ressaltar que se essa linguagem provoca sensações e
sentimentos nos observadores, é óbvio que o resultado final de um
projeto acaba por se revelar através dos resultados dessas sensações
e dos sentimentos que por sua vez ela evoca. Essas sensações e
sentimentos, se criados através da utilização consciente dos
signos visuais, tornam-se por demasiado importantes para não serem
discutidos num projeto, ou seja, os profissionais da iluminação
precisam levar em conta esses determinantes para que suas obras se
impregnem de conteúdo artístico, subjetivo, sensível e, portanto,
expressivo em mais alto nível.
(1) - DONDIS, Donis A . Sintaxe da linguagem Visual.
São Paulo: Martins Fontes, 1997. Pag. 54.
BIBLIOGRAFIA
DONDIS, Donis A. Sintaxe da Linguagem Visual. São
Paulo: Martins Fontes, 2003
FILHO, João Gomes. Gestalt do Objeto – Sistema de
Leitura Visual da Forma. São Paulo: Editora Escrituras, 2009
MUNARI, Bruno. Design e Comunicação Visual. São
Paulo: Martins Fontes, 2001.
Wikipédia a Enciclopédia Eletrônica.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
WONG, Wucius. Princípios de Forma e de desenho. São
Paulo: Martins Fontes, 1998.
MEBES, G. O. Os Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo:
Editora Pensamento, 1988.
LIMA, Mariana. Percepção Visual Aplicada a Arquitetura
e Iluminação. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2010.
Texto originalmente publicado na Revista Lume Arquitetura nº 51
Para adquirir o exemplar nº 51 da Revista Lume Arquitetura, contendo o texto acima, com cotação de valor + frete, favor enviar e-mail para:
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